Sugar Candy Bullets Can’t Pierce Anything: A Lollypop or a Bullet. A infância é um campo de batalha.


"Do que as meninas são feitas? Do que as meninas são feitas? Açucar e especiarias. E tudo isso é bom. É disso que as meninas são feitas."
Sugar Candy Bullets Can’t Pierce Anything: A Lollypop or a Bullet ou no original Satougashi no Dangan wa Uchinukenai: A Lollypop or A Bullet é um mangá de 13 capítulos reunidos em dois volumes publicados mensalmente entre janeiro de 2007 à janeiro de 2008 na revista Dragon Age, lar de, entre outros, Full Metal Panic!, Clannad, Chrno Crusade e High School of The Dead. 


Capa da novel.

Trata-se de um drama voltado para o público jovem, tal como esperado para o público da revista, no entanto possui uma carga sentimental e psicológica muito acentuada, incluindo cenas bastante "pesadas", abordando temas como violência infantil, síndrome de Estocolmo, decorrente de abuso de menores. É uma obra baseada em uma light novel de autoria de Kazuki Sakuraba, famosa por ser a autora da série de light novels de mistério Gosick, onde a adaptação para o mangá ficou a cargo Iqura Sugimoto, que já deu as caras por aqui quando tratei de Nana Maru San Batsu ~7O3X~, sendo também autora do mangá de terror Variante - Requiem For The World, não esquecendo que também emprestou sua arte para Summer Wars.


É um mangá muito singular em sua forma de exposição da história, pois é narrado pelo ponto de vista da protagonista Nagisa Yamada. No entanto, não no presente, mas no futuro, relatando os eventos ocorridos com uma perspectiva um tanto melancólica, isso, claro, sem atrapalhar os diálogos entre os personagens. Em todo o decorrer do mangá é perceptível esta "aura" lúgubre, de alguém que narra fatos tristes um certo tempo depois deles acontecerem, quando o calor da emoção já esfriou. Enfim, quanto a estória, seguimos a vida de Nagisa Yamada, uma estudante de 13 anos de uma cidadezinha do interior, chamada Tottori. O pai de Nagisa era pescador e morreu no mar há um bom tempo, possui também um irmão mais velho, de 17 anos, chamado Tomohiko Yamada, muito inteligente e esperança da família, no entanto, tornou-se um hikikomori e como consequência lógica, não trabalha nem estuda. A mãe deles trabalho duro para manter os dois filhos, já que a maior parte do dinheiro da indenização pela morte do marido já fora gasto.




Nagisa, ao contrário das outras meninas, leva uma vida excessivamente apática, não se interessando pelas coisas que normalmente as meninas da sua idade se interessam, só o que a move é o desejo de o mais rápido possível ter condições de sustentar sua família, achando inútil a escola, para tanto, Nagisa pensa em apenas uma coisa "balas", não doces, mas munição. Ela mesma usa este termo, uma alusão a um centro de treinamento militar que tem na região, no qual os jovens podem ingressar sem precisar completar todos os estudos em escolas normais, sendo que termina sua formação nesse colégio militar por assim dizer e ainda recebe treinamento militar, e o mais importante, salário, que é o objetivo da vida de Nagisa, a fim de manter sua família, especialmente seu irmão hikikomori, o qual Nagisa mantém uma curiosa relação, enxergando-o como um nobre dos tempos modernos, repleto de qualidades cavalheirescas, sendo que seria uma atrocidade ele ter que trabalhar, cabendo esta função para ela.



Enfim, para Nagisa sua vida não é nada boa, então só cabe a ela resistir, tornando-se adulta o mais rápido possível, e o caminho para isso são as "balas", ou seja, ingressar nas forças de autodefesa nacional, afinal o Japão não pode ter exército propriamente dito desde o término da Segunda Guerra Mundial.





Bem, neste contexto apresentado ocorre algo que irá mudar completamente a rotina de Nagisa, a chegada de uma aluna transferida, Mokusu Umino, que causa uma agitação na sala, além de ser bonita, é filha de um cantor pop, Masachika Umino, que passa por uma fase de decadência, afinal é apenas um daqueles "supestars" de um único sucesso, além de ser reconhecido por ser violento e arruaceiro, como é bem comum neste meio artístico. Mokusu acaba por chamar mais atenção ainda ao dizer que é uma sereia, ou melhor, uma princesa das sereias, além de sempre estar tomando água mineral, sendo sua marca registrada.




Mokusu se torna o centro das atenções, todos da sala vão ao seu redor como urubus, as meninas eufóricas com seu material escolar caro e os meninos sendo meninos, sedentos por "estreitar" laços com ela. No entanto esta agitação é substituída por outro tipo de reação menos positiva, Mokusu é muito excêntrica, e acaba expulsando todos ao seu redor com palavras ofensivas, gerando certo ódio e repulsa nos colegas de classe.



Neste contexto, Mokuzu percebe que Nagisa não dá a mínima importância à ela, o que chama muito a atenção, por ser a única pessoa da sala que não se interessou pelo o que era aparentou ser, então ao término da aula, enquanto Nagisa retornava para casa, uma garrafa acerta sua cabeça, atirada por Mokusu que repetirá esse gesto algumas vezes no intuito de chamar sua atenção para o que ela realmente procura, uma amiga.


Nagisa inicialmente tenta se evadir de Mokusu, afinal o que ela menos quer é uma pessoa pentelha no seu encalço, especialmente com as conversas estranhas proporcionadas por Mokusu que repete sempre ser uma sereia e de como é a vida no mar, etc, etc, além de que o objetivo das sereias quando estão em terra é descobrir coisas sobre os humanos e que ela precisa conseguir uma amizade. E o mais importante, que a "tempestade está chegando", um grande evento cataclísmico que acontece em 10 em 10 anos, o que enfurece Nagisa, haja vista seu pai ser pescador e ter morrido em uma tempestade 10 anos antes, no entanto essa "tempestade" exerce uma função simbólica bastante proeminente no decorrer da trama.


Estas tentativas de Mokusu em manter uma amizade com Nagisa mantêm-se sempre constantes, na intenção de vencer Nagisa pelo cansaço, o que dá sentido ao título do mangá, já que o irmão de Nagisa afirma que Mokusu está atirando em Nagisa, não com balas de verdade, mas com "doces", que embora seja algo irritante não ferem ninguém, ao contrário das "balas" que Nagisa busca para sua vida. Contudo nem tudo são flores, já que a vida de Mokusu, que aparente ser apenas uma menina estranha por ser mimada e filha de um artista, esconde terríveis aspectos.

Bem, é neste contexto que se desenvolve uma curiosa e excêntrica relação de amizade, entre as duas, que é o foco do mangá, nem sei ao certo se pode ser chamada de amizade, é algo um pouco mais complexo, que beira vários extremos do ódio ao amor (no sentido fraternal para deixar claro). Devo mencionar algo que me irritou de certa forma, esta obra não possui conteúdo "yuri", nem ao menos "shoujo ai", embora em alguns locais vi referenciá-la como tal, bem, não que eu esteja fazendo um juízo de valor sobre esta temática, mas não se aplica aqui, se você que ler com o intuito de ver este tipo de coisa vai se decepcionar, se bem que "shippadores" irão "shippar" à vontade, mas cada um é cada um.



Como eu disse no começo, e não chega a ser um "spoiler" propriamente dito, pois é encontrado em qualquer sinopse, que esta obra trata de violência contra menores, não sexual, mas apenas física, o que não deixa de ser algo inadmissível. Embora não seja dito logo no início, só no final mesmo, desde o primeiro capítulo é possível ver sinais de violência em Mokusu, ela manca sempre, bem como apresenta muitos hematomas pelo corpo, especialmente nas pernas, onde é mais fácil observar dado o comprimento curto da saia do uniforme escolar. Então qualquer um liga os pontos e chega a conclusão lógica que Mokusu apanha de seu pai abusivo, o que, logo de cara faz todo mundo perceber que sua forma aparentemente "ilógica" de agir, sempre com fugas da realidade, como na complexa história da sereia que ela desenvolveu, sobre como era vida no fundo do mar, ou o motivo dela mancar se o fato de não estar acostumada com pernas humanas e por ai vai, é um mecanismo de defesa que ela desenvolveu para suportar a violência.



Outro aspecto relevante de Mokusu que percebemos logo de cara é a sua incapacidade de diferenciar amor e ódio, os misturando de forma cada vez mais doentia ao longo do mangá, não raro mantendo, por exemplo, a violência tanto física quanto verbal como uma forma de expressão de amor, como logo no início ela manda Nagisa pro inferno afirmando tratar-se de uma expressão de amor. Novamente isto se mostra reflexo da conduta abusiva de seu progenitor.


Mokusu então faz algo bastante comum nestas situações, inconscientemente sua mente cria estratégias ilusórias a fim de se autopreservar, assim como quando mencionei a "fuga da realidade" quando abordei a questão da estória da sereia. Esta "autopreservação" tem como objetivo proporcionar um afastamento emocional da realidade a qual ela está sendo submetida, inclusive mantendo um sentimento de amor e compaixão com o agressor, seu pai, chegando a protegê-lo e tendo as agressões como atos normais.

É o que pode ser chamado de Síndrome de Estocolmo, é um estado mental, onde geralmente vítimas de sequestros se identificam com o sequestrador chegando a nutrir sentimentos afetivos e os proteger nos tribunais, e como o nome sugere surgiu na Suécia... Onde ocorreu um sequestro que as vítimas após libertas apresentaram este comportamento. Eis que um psicólogo chamado Nils Bejerot cunhou este termo. Salienta-se que não apenas em sequestros que este comportamento se manifesta, como eu já havia dito, mas em qualquer caso de violência prolongada ou cativeiro, mas não exatamente todas as vítimas apresentaram este comportamento.



Enfim, o mangá gira em torno destas duas garotas e seus problemas, com foco na tentativa de amizade entre as protagonistas, só que não esperem nada muito meigo e nem clichê, nada ocorre como o esperado, cada capítulo é um soco na barriga, há cenas realmente fortes, as vezes não tanto pela violência mas pelo o que elas representam. Inclusive quem quiser um "gore", tem um momento especial para isto. O fato de a própria protagonista narrar os fatos em um futuro próximo torna o ambiente mais denso, dada a melancolia que escoa de suas palavras, você lê e sabe que provavelmente aquilo não vai acabar bem, embora nutra esperanças de um desfecho positivo. Embora a vida de Mokusu seja bastante complicada e pior do que a de Nagisa, a vida desta não deixa a desejar em quantidade de complicações típicas da infância, um pouco mais acentuadas claro.




De fato, ao terminar o primeiro volume, já fica claro o que virá pela frente, o mistério é fraco e rapidamente solucionado, embora isto não prejudique a experiência, pois embora já se possa saber o que virá, a forma como as coisas se darão é o que motiva prosseguir com a leitura, e não é um mangá de "mistério" de qualquer forma. Como eu disse as cenas que tentam forçar um suspense não são muito efetivas por bem antes de elas acontecerem eu já imaginar como aconteceriam e neste caso, sempre acertei, embora não seja nenhum mérito, só ligar um ponto com o outro




A arte do mangá contribuiu bastante com sua proposta, olhando as ilustrações da light novel fiquei imaginando o quanto fora acertada a escolha de Iqura Sugimoto para a sua adaptação. A arte não é das mais complexas, mas os personagens conseguem transmitir o suficiente de personalidade e emoção. O traço de Iqura Sugimoto passa uma atmosfera densa, que vai "escurecendo" ao longo dos capítulos, na mesma medida que a estória vai tornando-se mais e mais pesada, o que contrasta com certos aspectos até que possam ser chamados de positivos. A constante "artilharia" doce de Mokusu trespassa o coração de Nagisa, e esta começa a adentrar no mundo de fantasia de Mokusu, embora ela sempre tente negar isso, é inegável a fascinação que cada causa na outra.



É sempre bom mencionar esta simbologia que há entre garotas e doces, e até a citação que fiz no começo da postagem é de uma antiga canção, a qual é citada no mangá, que ilustra bem como deveria ser, ressalto o deveria, uma garota, "doce" e com um toque de especiarias, o que poderia ser pimenta não é? Que seria o ar de malícia e geniosidade que as mulheres possuem. Também é notável que em várias obras há aquelas personagens "cobertas de açúcar" que vivem em seu mundo cor de rosa coberto de arco-íris e unicórnios saltitantes. No caso em tela, Nagisa vive destituída de açúcar, desiludida com sua vida, não se importando com as coisas que as outras garotas se interessam, até o ponto onde Mokusu aparece em sua vida atirando balas que não machucam, pois são doces, e doces não ferem ninguém, apenas podem irritar e irritam, como quando Mokusu toca em pontos delicados da vida de Nagisa, mas esta é incapaz de sentir raiva.



É um mangá que agradará várias pessoas, quem gosta de um bom drama, um pouquinho de mistério, um bom desenvolvimento dos personagens, que é o foco do mangá haja vista seu tamanho reduzido que não proporciona nada mais abrangente ao mundo exterior, embora se ressalte que o irmão de Nagisa merece destaque como um coadjuvante de respeito. É possível caracterizar esta obra como um "coming of age" até certo ponto, onde os jovens tentam passar da melhor maneira possível pelas tribulações da infância, embora nem sempre o que eles imaginam e planejam seja o mais correto a se fazer. Nagisa amadurece ao término do mangá, embora ainda guarde grandes sofrimentos em seu coração, até mesmo seu irmão hikimori não ficou para trás neste aspecto. O ritmo do mangá as vezes pode parecer um tanto lento e repetitivo em certos pontos, mas nada que atrapalhe em muito a experiência de leitura do mesmo, posso até dizer que ajuda a criar uma atmosfera de ansiedade encima do desenrolar dos acontecimentos.




Mokusu também é uma grande personagem, de personalidade exótica e ar misterioso proporciona momentos divertidos, embora sejam raros, mas também momento de grande tensão. O destaque fica mesmo para a sua personalidade escapista, a qual pode ser interpretada como uma "espécie" de grito de socorro mudo, o qual infelizmente pode ser muito tarde quando alguém realmente perceber sua situação e buscar ajudá-la. No entanto é a maneira que ela encontrou para seguir em frente, o que causa um choque de realidade em Nagisa, que apenas "suporta" sua vida como o pior dos encargos, perdendo toda a "doçura" que geralmente as garotas têm, restando totalmente desiludida com a vida, até a chegada de Mokusu pelo menos.

Bem, o desfecho da obra é justo e cumpre o que propõe, já adianto que não será um final alegre, como disse no começo é uma tragédia, no sentido mais clássico do termo, causa certo azedume no estômago. Como já disse algumas cenas são realmente impactantes e com o término da leitura é fácil se tornar um pouco pensativo com o que se leu, notadamente com a situação das crianças, o que é ser criança atualmente? Viver cercado de obrigações e deveres, uma grande pressão sobre elas, notadamente este é um aspecto presente na sociedade japonesa, e o mangá é eficiente em abordar essa premissa. Nagisa não raras vezes brilhantemente filosofa, até um tanto poeticamente quanto a isso o desenvolvimento da criança em adulto como uma batalha, onde só os corajosos conseguem um resultado satisfatório, o que causa um sufocamento nestas jovens criaturas, que anseiam por se libertarem, mas o que uma criança de 13 anos pode fazer para libertar-se? Não há o que fazer, apenas resistir, embora nem todos consigam.




Bem, Sugar Candy Bullets Can’t Pierce Anything: A Lollypop or a Bullet é mais do que recomendado por minha pessoa. Agora gostaria de comentar mais algumas coisas, mas para isso será necessária a presença de alguns "spoilers", então leia por sua conta e risco daqui para frente.




Vejo que é bem popular aquele teste que identifica possíveis psicopatas, talvez todos já tenham ouvido falar, há algumas variações mais é mais ou menos assim, morre o marido de uma mulher, no velório vem um amigo do morto, a mulher se apaixona por ele, acaba o velório, eles se separam, posteriormente ela mata o filho do casal, e ai vem a pergunta, qual o motivo dela ter matado o próprio filho? Dizem que quem responder esta questão corretamente é um psicopata. Este teste é abordado no mangá, nem Nagisa, nem Mokusu conseguem responder, a não ser o pai de Mokusu, indicando que ela seja um psicopata, achei isso meio canastrão, mas tudo bem. Foi uma cena emblemática quando Nagisa se depara com o pai de Mokusu ao desconfiar que ele seja o assassino e dispara esta pergunta, e ele responde corretamente.



Outro ponto de grande destaque é quando um colega de classe de Mokusu a espanca em plena sala de aula! Não se enxerga isto todos os dias, foi uma cena bastante pesada pelo significado da mesma, quanto mais quanto a posição passiva de Mokusu, recebendo os golpes pacientemente sem expressar nenhuma reação. Novamente um reflexo de quando apanha do seu pai e certamente age da mesma forma. Bem, é realmente uma cena muito complicada, uma garota sendo espancada é muito pior do que se um garoto o fosse, o significado da ação soa de forma muito mais repulsiva dada a desvantagem genética que as mulheres possuem em questão de força física. 




Este garoto até que teve seus motivos em proceder desta forma, claro que depois ele se arrepende, mas já é tarde de mais, haja vista Mokusu ter o acusado da matança de coelhos, e o que foi aquilo! "Gore" pra dar e vender, sendo que a própria Mokusu os matou, quando Nagisa a ignorava, o que marca um aspecto aterrador da personalidade conturbada de Mokusu, que como eu já havia dito, não consegue de maneira satisfatória separar os sentimentos de amor e ódio, sendo, por exemplo, um ato de agressão mera demonstração de amor. 

Também é digna de nota a vingança de Mokusu quanto a este garoto, que vem a ela pedir desculpas, no entanto ela não o perdoa e faz ainda mais, levanta a saia e mostra muito mais ferimentos do que o garoto tinha causado em sua face. No entanto estes foram causados pelo seu pai, então ele diz que ela está suja, o que desperta a raiva de Mokusu que o agride violentamente, dizendo que só o seu pai tem o direito de feri-la, e por fim termina em um abraço de ambos, o que gera uma cena difícil de esquecer, que Nagisa fica atônita com a expressão de êxtase que o rapaz faziar ao apanhar, e como o garoto era apaixonado por Mokusu, só quem ama pode tentar sentir esta emoção repulsiva, então ambos se completaram em um momento único.


Vejamos, um outro ponto de quem sofre da síndrome de Estocolmo  é que a vítima não fica totalmente alheia do perigo que a cerca, tanto é que Mokusu tinha consciência do que poderia acontecer com ela e tentou por vez escapar, mas já era tarde demais. Um ponto muito singular, quando finalmente Nagisa aceita a amizade de Mokusu e decidi fugir junto com ela, para cada uma poder fugir de seus problemas, Mokusu de seu pai abusivo e Nagisa da pressão familiar, acentuada pelo professor que insiste em que ela não deveria ingressar nas forças de autodefesa e que seu irmão deveria trabalhar. Foi realmente bem pesado, quando na noite que resolvem fugir, Nagisa fica esperando pacientemente Mokusu pegar suas coisas e sair pela porta da frente, contudo ela nunca mais dali sairia, com vida pelo menos.




O mangá se desenvolveu de forma cíclica, o primeiro volume terminou igual, de certa forma, ao último, o que gerou um efeito interessante na experiência de leitura do mesmo, no fim do primeiro volume quando ambas as garotas sobem a montanha para ver os restos desmembrados do cão de Mokusu morto pelo pai dela, e o fim do segundo quando novamente Nagisa sobe a montanha, mas desta vez acompanhada pelo seu irmão, que em um esforço imenso para ajudar sua irmã, resolve sair de casa, só que desta vez, no topo da montanha não é encontrado um cão desmembrado, mas uma garota. Mokusu, com seus olhos vazios olhando para o nada. Interessante notar, que no primeiro capítulo, Nagisa e o irmão já estão subindo a montanha, prenunciando o que viria pela frente, e com o fim do primeiro volume já foi possível desvendar todo o mistério.


Ufa, acho que empolguei desta vez e acabei escrevendo demais, e ainda tenho a sensação que não escrevi tudo o queria, mas tudo bem, com a prática vem a perfeição, embora eu ainda esteja bem longe da perfeição, espero que desfrutem, até mais.





Postagens mais visitadas